Depoimento – Adriane Perin
Lembro bem a surpresa na primeira vez que ouvi Trio Quintina. Quase a mesma que toma conta de mim, ao voltar a ouvir, depois de tanto tempo, aquele primeiro disco, A Caixinha Mágica. Foi em 2001, ano em que o trio participou da segunda edição do festival Rock de Inverno, lá no auditório Antônio Carlos Kraide. Lembro da gente gravando uma entrevista e os músicos com aquele jeitão tímido, falando da transição que, de certa forma, alguns deles viviam, entre o rock e a música brasileira, duas vertentes que ajudaram a criar um certo clima meio ‘mutantes’, em algumas faixas.
Como o tempo mostrou, era a música brasileira a rainha ali, de diferentes épocas, com seus sopros e cordas em combinações sofisticadas, costuradas por um bom gosto musical que começava a ser experimentado de forma mais profunda pelos rapazes. Os arranjos, a sonoridade de um brasileirismo bom, jovial, as “brincadeiras” sonoras e a seriedade musical daqueles três jovens chamavam a atenção. Talento, seriedade, tranquilidade e certezas musicais são ingredientes que guiaram o Trio Quintina até esta celebração de 15 anos! Fiel ao caminho traçado lá no começo dos anos 2000, eles seguiram concentrados em seu som, sem se perder nos ruídos que tentam distrair a música dos seus caminhos. Isso merece mesmo uma celebração.
Adriane Perin – Jornalista